ICMbio: 25% dos manguezais estão destruídos no Brasil

Cerca de 25% dos manguezais no Brasil já foram destruídos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) desde o começo do século passado.

Atualmente, 80% dos que restam no território brasileiro estão concentrados em três estados do bioma amazônico: Maranhão, Pará e Amapá.

Ecossistemas produtivos

Os manguezais são um dos ecossistemas mais produtivos do planeta.  E garantem a biodiversidade, protegem a faixa costeira, fornecem recursos ambientais para diversas atividades econômicas.

Em artigo escrito para o EJ, a bióloga pernambucana Ana Lúcia Carneiro Leão já alertava sobre essa destruição dos manguezais e o quanto o ecossistema é imprescindível para o ciclo natural da biodiversidade.

Poluição nos mangues do Recife. Foto: Arquivo EJ

“O mangue é a base de uma enorme cadeia alimentar marinha. Ele acolhe em suas entranhas muitas espécies de peixes, mamíferos, crustáceos que vem do mar para se acasalar, reproduzir. É também chamado como o “berçário” do mar. O mangue nosso de cada dia é filtrador, e também ajuda a despoluir e melhorar a qualidade das águas”, diz trechos do artigo que você pode acessar aqui, na íntegra.

Biodiversidade ameaçada

Entretanto, como relatado pelo ICMBio, os que ainda existem são classificados como ameaçados de extinção. Estimativas do instituto apontam que 40% do que já foi extensão contínua de manguezais não existe mais, principalmente no Sudeste e no Nordeste.

Em Pernambuco, segundo a CPRH, agência estadual de Meio Ambiente, a área de manguezais no Estado era de 14.255,84 hectares, em 2019. Mas, em estados como Alagoas, a situação é bem mais crítica.

Uma dessas faixas inexistentes no Nordeste está no litoral de Alagoas. Por isso, foi lançado o projeto Pró-Manguezais, de recuperação e proteção do bioma. Os primeiros municípios contemplados são Roteiro, Marechal Deodoro e Barra de São Miguel, todos ao sul da capital alagoana.

Cooperação

O Projeto Pró-Manguezais é fruto de uma cooperação técnica entre o Ministério Público estadual e federal, e conta com a participação do terceiro setor e de gestores públicos ligados ao meio ambiente, como explica a promotora Lavínia Fragoso.

O manguezal do povoado de Palateia, em Barra de São Miguel, em Alagoas. Foto: Nide Lins

A coordenadora do projeto, a procuradora Juliana Câmara, explica que os pesquisadores vão realizar o diagnóstico da situação atual dos manguezais da região, devem instalar viveiros para a produção de mudas, reabilitação ambiental e conservação da fauna, além de realizar ações para a educação ambiental deste bioma.

Sobrevivência

O Brasil é o segundo país em extensão de mangues, que são áreas vegetais que se formam em regiões alcançadas pelas marés e são caracterizadas pelas raízes aéreas e pela biodiversidade.

Dos mangues, muitas famílias se sustentam por meio da pesca artesanal. “Mas a grave poluição dos estuários provocada pelas indústrias e a população, que lançam resíduos e efluentes sem o tratamento adequado, além de outros crimes ambientais comprometem a reprodução e multiplicação da fauna marinha e estuarina”, pontua Carneiro Leão, em seu artigo.

“A ocupação desordenada da área costeira é um outro fator de impacto que desequilibra o ecossistema do manguezal. Construções residenciais, aterros, desmatamento e degradação da vegetação do mangue são feridas que podem não cicatrizar. A pesca predatória, o uso de rede de malha fina são outros exemplos de maus tratos. Como membros naturais do ecossistema estuarino, os manguezais ajudam a mitigar os efeitos ambientais adversos da atividade humana e da poluição”, lembra a bióloga.

*Com informações da Radioagência nacional 

Foto destaque: Anton Bielousov

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Luciana Leão

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