Verão é época de atenção aos animais peçonhentos

Com a chegada do verão, muitas famílias aproveitam as férias da criançada para estar mais próximo do campo, da praia, enfim, sair um pouco do ambiente cotidiano. Porém, é nessa época do ano em que aqueles animais, conhecidos como peçonhentos, costumam dar o “ar da graça” nesses ambientes de lazer e entretenimento ou mesmo em qualquer lugar que seja “amigável” ao seu habitat. O calor facilita a chegada deles.

No caso do Recife e sua Região Metropolitana, a população de certas espécies tende a crescer, neste período, como as caravelas, os escorpiões, as aranhas, serpentes e alguns peixes como bagres, peixe-pedra, raias.

Ao mar, com cuidados 

Ao ser tocado por uma caravela, a dor é intensa e na região picada deve ser colocada uma compressa de vinagre. Foto: Reprodução Internet

Para os banhistas todo cuidado é pouco com as caravelas, já que costumam estar presentes em todo o litoral pernambucano e estão em maior quantidade, nesse período, pela temperatura da água, e também vêm em busca de alimentos que já não estão em seus ambientes naturais.

“Não há como prever um ataque de caravela. Quando elas atacam as pessoas no mar, elas soltam uma toxina. De imediato, o ideal é colocar vinagre no local acometido, por cerca de 20 minutos. Muito pouco se sabe de como fazer o primeiro atendimento. As pessoas dizem colocar compressa de caldo de cana ou mesmo xixi, nada disso resolve”, esclarece o médico veterinário Doralécio Fortes Lins e Silva, especialista em animais silvestres e autor do livro “ 300 perguntas e respostas sobre animais”.

Já os mergulhadores e pescadores precisam estar atentos a algumas espécies marinhas como o bagre, o peixe-pedra, a mariquita, a raia, que assim como outras milhares, possuem toxinas que conseguem injetar ao tocar nas vítimas.

“Um ataque de uma raia, por exemplo, você deve manter o local bem aquecido por cerca de 20 minutos. A toxina expelida pela raia se destrói à temperatura alta”, explica o especialista, que é um dos palestrantes convidados das Oficinas de Verão da Faculdade Central do Recife (FACEN), que acontece de terça-feira (17) a quinta-feira (19), como programação acadêmica da FACEN.

Além mar

Na terra, os animais peçonhentos que amedrontam as pessoas são, sem dúvida, os escorpiões. E, nesse caso, Recife e RMR são locais que têm tudo a oferecer aos animais que, segundo o especialista Doralécio Lins e Silva, talvez sejam as espécies mais antigas que habitam o planeta Terra. Na literatura, são mais de 450 milhões de anos.

Para combater os escorpiões, o ideal é matar as baratas e manter os ambientes limpos e livres de entulhos. Foto: Reprodução Internet

“Por terem características peculiares como a resistência, a capacidade de clonagem de seus óvulos, sobrevivem por cerca de 11 meses sem uma gota de água e sem se alimentar, o escorpião deve ser visto como uma praga. Costumo em minhas palestras falar que eles adoram Recife. Por ser quente, úmida e uma cidade sem saneamento básico. Um local ideal para eles sobreviverem sobre os entulhos, na tubulação do esgoto, pilhas de tijolos, terrenos baldios”, alerta o médico veterinário.

Para combater a existência desses animais não há muito o que se fazer, acrescenta o especialista. “Não há veneno específico. O ideal é combater as baratas. Onde tem barata, tem escorpião. O mais econômico é tentar matar as baratas. Em casa, principalmente, na cozinha e nos banheiros, são locais ideais para eles, pois têm água e baratas, que podem vir pela tubulação do esgoto. Infelizmente, no Recife, ainda não tratamos o esgoto como deveria ser tratado. Já vi apartamentos no 18º andar da avenida Boa Viagem, com a presença de escorpião”, revela Doralécio.

Em Pernambuco e no Nordeste, a espécie mais comum é a Tityus stigmurus, ou popularmente conhecido como escorpião-amarelo. O importante é identificar se ele tem seu dorso cerebral em forma de triângulo preto e uma lista negra na cauda.

Cuidados ao ser picado

O acidente escorpiônico é um perigo, em especial, para crianças de 0 a 8 anos, e pode levar a óbito, segundo o médico veterinário.

“Nas crianças, a toxina consegue atingir o pulmão e provocar uma complicação pulmonar. Agora, cada caso é um caso. Depende do grau de toxina que foi absorvida pela corrente sanguínea. De imediato, a criança deve ser levada para os Centros de Atendimento Toxicológico”, adverte o médico.

Em alguns casos, não é necessário fazer a medicação com um soro específico. Vai depender muito dos sinais que a vítima apresentar. Para os adultos, no entanto, que tiverem sido picados por escorpiões, a dor pode ser intensa, mas o próprio organismo vai se encarregar de expelir a toxina.

A importância dos quatro “ás”

Para todo animal peçonhento há uma regra básica de se aprender, diz o especialista.

“Se ele encontra água, abrigo, acesso e alimento fáceis não tem como detê-los. Agora, se você controla os quatro ás (água, abrigo, acesso e alimento), essa convivência tem que ser entendida de maneira educacional, desde cedo. Procurar sempre profissionais que apliquem venenos específicos para as espécies e dotar de cuidados domésticos e fora do ambiente interno do lar, evitando a chegada deles”.

Sobre o Programa Oficinas de Verão

As atividades das Oficinas de Verão compõem o Programa de Atualização de Capacitação do modelo acadêmico da Faculdade Central do Recife.

Em janeiro, serão duas áreas a serem trabalhadas: Direito e Saúde. Todos os alunos e convidados que participarem vão receber certificados aprovados pelo MEC, segundo informou o vice-diretor, professor Aloísio Sotero, responsável pela área de Inovação & Finanças.

Confira aqui a programação e conteúdos programáticos:

OFICINAS DE VERÃO 2023 DA ESCOLA DE SAÚDE DA FACEN

COORDENAÇÃO DAS OFICINAS:

•Profª Mª. Alessandra Boaviagem, Coordenadora do Curso de Fisioterapia;Profª Esp. Daniele Barbosa, Coordenadora do Curso de Enfermagem.

Acidentes com Animais Venenosos e Peçonhentos

Dia 17/01/2023 (terça-feira) – 09h00 ás 12h00

Palestra: Médico Veterinário Doralécio Fortes Lins e Silva. Especialista em Animais Silvestres. Foi diretor do Horto Botânico de Dois Irmãos. É autor do Livro 300 Perguntas Respostas sobre Animais Venenosos e Peçonhentos (Serpentes, Escorpião, Aranhas e Animais Marinhos);

* Generalidades;

* Principais espécies peçonhentas que ocorrem em Pernambuco;

* Acidentes que cada uma espécie provoca;

* Primeiros socorros por ataques de serpentes;

* Curiosidades e perguntas.

Técnicas na Prática de Injetáveis de Medicamentos

Dia 18/01/2023 (quarta-feira) – 09h00 ás 12h00

Palestra do professor Gleison Santos, especialista em Urgência e Emergência.

* EPI’s utilizados nas práticas de injetáveis;

* Descartes correto do lixo após aplicação de injetáveis;

* Lavagem das mãos;

Local: No Casarão e Laboratórios FACEN, Rua Velha, bairro da Boa Vista, Recife (PE).

OFICINAS DE VERÃO 2023 DA ESCOLA DE DIREITO DA FACEN.

•Terça-feira – 17/01/2023 das 09h00 às 12h30 – Locação Residencial, com aprofessora Dra. Danielle Spencer, docente da disciplina de Direito Civil.

•Terça-feira – 17/01/2023 das 14h00 às 17h30 – Atendimento ao Cliente: Habilidades Profissionais para Conquistar o Cliente, com a Profª. Mª. Maria Emília Queiroz, docente da disciplina de Processo Civil e convidados.

•Quarta-feira – 18/01/2023 das 09h00 às 12h30 / 14h00 às 17h30 – Tráfico de Drogas:Participe de uma Audiência de Instrução e Julgamento, Aprenda a atuar na Acusação e na Defesa, com a produção de provas e sustentação oral, sob a coordenação do Diretor Geral da FACEN professor e advogado  Frederico Belfort e participação do docentes: professora Danielle Sampaio de Direito Penal; professor Paulo Cesar Mello de Direito Processual Penal; professor e mestre Renan Marques de Direito Penal e o professor Roberto Andrade de Direito e Processo Penal.

•Quinta-feira – 19/01/2023 das 09h00 às 1230, Correspondente Jurídico: como o aluno de Direito pode ser remunerado atuando como correspondente jurídico; com a professora Mª. Eneida Nascimento, docente da disciplina Direito Civil e coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da FACEN.

•Quinta-feira – 19/01/2023 das 14h00 às 17h30 – Responsabilidade Civil na Saúde: O que fazer no caso de negativa, pública ou privada a assistência médica? Com a professora e doutora Marília Lira e convidado, o advogado Jefferson Gomes Lopes, atuante no Direito médico da saúde.

Local: No Casarão e Laboratórios da FACEN

 

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Luciana Leão

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