A partir deste domingo, 12 de março de 2023, o Escritório de Jornalismo tem a honra de receber como colunista o renomado arquiteto Roque Samudio que , por muito anos, atuou em Pernambuco, como especialista em Patrimônio Histórico e Cultural, com passagem em vários órgãos federais e estaduais.
Roque é um profissional que ama o que faz: dar memória às nossas riquezas patrimoniais, culturais e históricas e perpetuar seu conhecimento para futuras gerações.
Obrigada pela confiança e vamos ler sua primeira coluna ☺️ E, coincidência, hoje às cidades-irmãs Olinda e Recife fazem aniversário. Uma excelente forma de presenteá-las.
Aos meus amigos
“…Meu caro amigo, eu bem queria lhe escrever.Mas o correio andou arisco.Se me permitem, vou tentar lhe remeter notícias frescas nesse disco…”
Chico Buarque de Holanda
Hoje, não mais o correio anda arisco. A tecnologia da comunicação não é mais a mesma. A espera por notícias de antigamente trazidas pelo carteiro já não existe mais. Agora as notícias são as que fazem fila para serem conhecidas, tal a velocidade dos meios de comunicação.
Aproveito então a dádiva que os novos tempos me oferecem para poder, de certa forma, frequentar com maior periodicidade à tua presença para que possamos conversar sobre o tema que tanto nos apaixona: a memória, e assim poder lhe remeter ideias frescas ou nem tanto assim, no emaranhado deste texto que não pretende parar na primeira lauda…e isso é uma promessa, meu caro e velho Amigo.
Ao qual me refiro a importância da memória
Mas você sabe que, ao me referir à memória, me refiro àquela memória que construiu e constrói e constitui nossa história, o patrimônio histórico, que bem ou mal nos chegam até estes dias, que formam a nossas identidades e que nos cabe conservá-los para as gerações futuras.
Talvez estas conversas não sejam tão acaloradas como eram aquelas que, numa mesa de bar, se estendiam por intermináveis horas, onde o assunto se sobrepunha ao tempo mas serão válidas do ponto de vista que temos hoje, uma experiência para intercambiar e pelo tempo decorrido, um dever de deixar como legado aos que estão chegando hoje a esta especialidade, pelo menos parte dos conhecimentos que fomos amealhando ao longo de árduas jornadas que nunca foram iguais e nem sempre com grande sucesso.
Onde tudo começou
Tudo começou na Fundarpe, que ainda está aí, firme e forte cumprindo com o seu papel. Se inicia pela necessidade de poder trabalhar ao ver que aquela instituição precisava de estagiários do curo de arquitetura para trabalhos na área de conservação do patrimônio histórico e, sejamos honestos, como sempre, na hora da entrevista não sabia o que iria fazer exatamente, estava lá pela recompensa que como estudante estrangeiro contribuiria na minha manutenção diária.
Me ofereciam uma bolsa como ajuda de custos além da oportunidade de trabalhar em edifícios e núcleos urbanos antigos…como??!! Isso mesmo!!
Cuidar de “coisas velhas”!! Logo eu que pretendia ser uma estrela da arquitetura, cuidar de coisas velhas… ou toma ou deixa! Fiquei!! Grande acerto!!
Conheci lá quem seria meu Padrinho, o arquiteto Jorge Tinoco, então diretor de Patrimônio Histórico, que representaria na minha carreira uma figura que me alentava e me motivava, pelo seu compromisso com o trabalho dedicado ao Patrimônio Histórico, um exemplo que sigo até hoje.
Nunca tinha sequer pensado, que esta especialidade existia e que, de alguma forma, poderia ser um excelente campo onde os resultados, via de regra, são o conjunto de esforços de profissionais de diversas carreiras e especialidades em busca de um mesmo fim, a preservação da memória humana em seu sentido mais amplo.
Um simples zelador da memória histórica
Meu caro, aqui você me vê hoje, apaixonado pela profissão de zelador da memória histórica, da memória cultural, comprometido com as aspirações e expressões culturais de todas as comunidades com quem me corresponda trabalhar, imbuído da responsabilidade de conquistar novos adeptos que possam, de alguma forma, seguir estes passos que, por desconhecimento da sua importância e relevância muitos a rejeitam, mas surgirão, sem dúvida, verdadeiros sacerdotes para esta labuta tenho certeza.
Assim, comecei a trilhar meus primeiros caminhos pelas veredas da responsabilidade de trabalhar pelo Patrimônio Histórico e Cultural e nesse caminho tenho guardado muitas histórias interessantes para lhe contar e que ainda não tinha comentado que fazem parte da chamada “experiência” que só se constrói com persistência, dedicação e, sobretudo, tempo.
Aos poucos iremos rememorando tempos que nos serviram de sala de aula para a nossa formação como simples interessados ou verdadeiros custódios do legado que recebemos dos nossos antecessores que nos orientaram com denodo na forma que deveríamos agir com todo este tesouro da humanidade.
Nos falaremos logo!!
Me aguarde
Conheça mais sobre nosso novo colunista em Patrimônio Histórico e Cultural
*Roque Samudio é Arquiteto Urbanista, com formação UFPE, Faculdade de Arquitetura.Com MBA emGestão de Projetos – Faculdade de Engenharia da Produção UFPE e especialização em Gestão de Obras de Conservação e Restauro do Patrimônio Cultural – CECI/UFPE
Também tem especialização em Capacitación Pedagógica em Educación Superior – Universidad Columbia – Paraguay.
Atualmente exerce o cargo de Direector de Proyectos y Obras de la Dirección General de Patrimônio Cultural, na Secretaria Nacional de Cultura no Paraguai, ligado à Presidência da República. Também representa seu país, designado pela SNC, no “Grupo de Trabajo: Remanentes de las Fortificaciones de la Cuenca del Río de la Plata” de la Comisión del Patrimonio Cultural del MERCOSUL.
Curiosidades
Roque Samudio foi o Coordenador da implantação do Projeto Casa Cor na Sitio Histórico de Olinda, Pernambuco/BR.
Parabéns ao Escritório de Jornalismo em especial a jornalista Luciana Leão pela publicação da entrevista com o novo colunista o arquiteto urbanista Roque Samudio memória viva do nosso patrimônio histórico e cultural de Pernambuco
Obrigada!!!!!!