O Brasil conta agora com uma ferramenta que ajuda a prever inundações. A ferramenta, batizada de Hidroview, monitora as bacias hidrográficas e o volume de chuvas e ajuda a calcular o aumento do nível dos rios.

A promessa é fornecer informações sobre mudanças de vazão dos rios até 15 dias antes de possíveis inundações e ajudar a prevenir catástrofes como as de Petrópolis, no Rio de Janeiro, e na Região Metropolitana do Recife, em maio deste ano.
Mortes
No começo do ano, as chuvas provocaram mais de 230 mortes e deixaram centenas de pessoas desabrigadas, no que já é considerada a maior tragédia climática da história da cidade carioca. Na RMR, foram mais de 130 mortes.
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Segundo os cálculos da Confederação Nacional dos Municípios, as mortes causadas por esses desastres no ano de 2022 já respondem por mais de 25% de todas as mortes registradas por esse motivo nos últimos 10 anos.
No ranking feito pelas Nações Unidas, o Brasil já é o sexto país no mundo com maior número de desastres naturais.
Monitoramento
Hoje pouco mais de mil municípios em todo o país são considerados prioritários por terem histórico de deslizamento e enchentes.
Mas, o monitoramento não fica restrito já que com as mudanças climáticas o país inteiro está mais vulnerável a situações mais frequentes de catástrofes.
Como funciona
Márcio Moraes, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, o Cemadem, e coordenador do projeto, explica que o Hidroview calcula dados sobre as chuvas e volume de água, calculando e prevendo cheias.
Se o monitoramento apontar para risco de grandes cheias, as salas de monitoramento do Cemadem vão acionar as defesas civis dos estados e dos municípios que podem ser atingidos.
Cooperação internacional
O Hidroview é resultado de uma cooperação internacional com a Nasa e o Cemadem e, por enquanto, a ferramenta consegue monitorar apenas os rios de médio e grande porte de todo o país.
Mas a ideia é conseguir usar a ferramenta para prevenir cheias também em rios pequenos, os córregos, que são sujeitos a mudanças bruscas de vazão.
Envio de alertas pelo celular
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) determinou o uso da tecnologia cell broadcasting para o envio de alertas de desastres à população nas operadoras de telefone celular no País.
Com isso, os envios de avisos alcançarão uma faixa muito maior da população brasileira. As operadoras têm até 31 de dezembro de 2023 para a implantação da nova tecnologia.
Com a modernização, os usuários em áreas de risco passarão a receber mensagens diretamente na tela do telefone, mesmo sem estarem cadastrados.
É um avanço que complementa os serviços de avisos por SMS, Telegram, Google Alertas, TV por assinatura e, mais recentemente, por meio do WhatsApp, lançados pela Defesa Civil Nacional.
“A tecnologia cell broadcasting representará um salto, um novo paradigma em termos de proteção. Ela não prevê a necessidade de cadastro. Ou seja, toda a população brasileira, a partir de uma situação crítica que seja detectada, vai receber, em seu celular, notificações e dicas de como se autoproteger em situações de desastres”, destaca coordenador-geral de Gerenciamento de Desastres da Defesa Civil Nacional, Tiago Molina Schnorr.
Matéria atualizada às 06h36, do dia 25/11/2022
*Com informações da Agência Brasil e Brasil 61