Região que abriga quase 60 milhões de brasileiros, o Nordeste apresenta uma situação preocupante para levar o acesso aos serviços básicos para a população.
Segundo informações disponibilizadas pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano base de 2021, apenas 30,7% da população é atendida com coleta de esgoto, ou seja, mais de 39 milhões de nordestinos sofrem com a ausência desse serviço.
Além disso, somente 35,5% do esgoto é tratado, o que significa que cerca de 1.315 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são jogadas no meio ambiente todos os dias.
Em relação ao acesso à água potável, mais de 14 milhões de habitantes da região não são abastecidos com água potável, enquanto 46,2% da água produzida nos sistemas de distribuição é perdida, isto é, todo esse volume não chega de forma oficial para os habitantes
Sem cumprir metas
O Marco Legal do Saneamento estabelece que todas as localidades do país devem atender 99% da população com acesso à água e 90% com coleta e tratamento de esgoto.
No entanto, no Nordeste essa meta não está sendo cumprida. Bahia e Pernambuco são os líderes da região em números de esgoto sem tratamento despejados na natureza.
Qualidade da saúde
A ausência de saneamento tem implicações imediatas na qualidade de vida da população, impactando diretamente a saúde das pessoas.
Dados do DATASUS 2021, presentes no Painel Saneamento Brasil, mostram que ocorreram mais de 59 mil internações por doenças veiculação hídrica e cerca de 583 pessoas foram a óbito devido a essas doenças.
Ao total, a região teve despesas de mais de R$ 23 milhões com hospitalização por doenças associadas à falta de saneamento.