Carnaval: “Galo Preto Ancestral” enaltece diversidade e pluralismo

Foram dois anos, por conta da pandemia da Covid-19, sem poder vê-lo desfilar e reinar pelas ruas e avenidas no centro do Recife.  Sim, o maior bloco da festa carnavalesca pernambucana,  o Galo da Madrugada, retorna com outros ares, pelo menos, na alegoria de seu principal personagem proposta pelo artista plástico Leopoldo Nóbrega e sua irmã, Germana Xavier, designer e arquiteta.

Artista plástico Leopoldo Nóbrega mostra projeto do “Galo Preto Ancestral”. Foto: Divulgação

Com o tema “Galo Preto Ancestral”, homenageia a herança afrodescendente do Brasil, com desenhos em contornos angulares, cubistas, inspirados no artista espanhol Pablo Ruiz Picasso.

A alegoria será composta por mais de sete toneladas de insumos e chegará a 28 metros de altura, quando instalada na Ponte Duarte Coelho, entre os bairros da Boa Vista e de Santo Antônio, com previsão para o dia 16 de fevereiro.

Segundo o idealizador , o Galo Preto Ancestral terá 90% de materiais e resíduos recicláveis, com cores africanas e pernambucanas, em tons quentes. O artista plástico disse ainda que o galo terá dreadlocks feitos com materiais recicláveis, como malhas e jeans, vindos do Polo de Confecções do Agreste, de cidades como Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe e também de revestimentos de pisos em eventos.

Assim como suas duas últimas edições,  a sustentabilidade e upcycling são fundamentais no processo de confecção da obra de arte gigante. “A gente vem com um galo pós-moderno, inclusivo e que dialoga com a redução de impactos ambientais”, ressalta Nóbrega, que manteve a co-criação da escultura gigante em parceria com mulheres artesãs de comunidades periféricas, como Bomba do Hemetério, Morro da Conceição, Santo Amaro e Ponto de Parada.

Comunidades de artesãs

É pelas mãos delas que a indumentária do Gigante da Ponte ganha vida. A formação das artesãs é fruto de metodologias próprias para Eco Arte Educação, idealizada pela professora e artista plástica Maria do Carmo da Silveira Xavier, e vem acontecendo em oficinas permanentes através dos Núcleos Produtivos voluntários e solidários Arte Plenna, a exemplo do projeto Sonhar e Bordar, em parceria com a artesã e ativista Ester Bispo.

“Evocamos a nossa ancestralidade africana e brindamos um novo tempo colorido, de paz, igualdade, inclusão e valorização das diferenças como potência cultural e estímulo ao fortalecimento das identidades através do empoderamento social, das narrativas humanistas e práticas sustentáveis”, explica Nóbrega, responsável por idealizar o Galo pelo terceiro ano seguido.

Desfile

O tema deste ano “Viva a Vida, viva o Frevo, viva Enéas” do considerado maior bloco de rua do mundo será em homenagem a um de seus fundadores, Eneás Freire, celebrando o seu centenário. A festa está marcada para o dia 18 de fevereiro, a partir das 9h, no sábado de Zé Pereira.

*Com informações da Prefeitura da Cidade do Recife

 

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Luciana Leão

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