*José Carneiro Leão Filho
Impossível pôr o oceano dentro de uma xícara. Dito isto, vamos a um breve olhar sobre a imensidão do advento do Cristo.
O Evangelho de João começa com um poema: “No princípio de tudo, aquele que é o Verbo já existia, Ele estava com Deus, e Ele mesmo era Deus. Desde sempre Ele esteve com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dEle, e sem Ele nada foi criado. Nele estava a vida e essa vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a podem vencer…E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.
As verdades sobre Jesus e o poema de João
Duas verdades a respeito de Jesus Cristo emergem deste belo poema. Jesus Cristo, o Verbo, já existia na fundação do mundo. Antes de habitar entre nós por 33 anos (Emanuel! Deus conosco) Ele estava com Deus, o Criador.
A preexistência de Jesus é pedra angular para a compreensão do nascimento miraculoso dele. Não que possamos entender um divino mistério com nossa própria lógica humana limitada.
É maravilhosa a concepção de uma criança no ventre da virgem Maria. É preciso fé como a de Maria: “…que se cumpra em mim a tua palavra”. Esta primeira verdade aponta para a divindade de Jesus. O Pai e o Filho são de uma única e mesma substância. Como o apóstolo Paulo afirma: “…nele (Jesus) habita, corporalmente, toda a plenitude de Deus”.
A segunda verdade, outro pilar da fé cristã, é que Jesus encarnou, fez-se carne e sangue, alegria e amor, dor e lágrimas, dando testemunho de sua plena e perfeita humanidade, condição sine qua non para o valor da sua obra vicária na cruz.
Como homem nasceu de uma mulher, mamou ao seio materno, foi amado e cresceu feliz entre primos e irmãos. Ele nunca pecou.
E após pregar sua mensagem de amor, ressuscitou, subiu aos céus, está sentado à direita do Pai, de onde há de vir uma segunda vez, glorioso. Mas estas são outras verdades das quais escreveremos oportunamente.
A simbologia do dia 25 de dezembro
Para encerrar esta breve crônica sobre o Natal, vejamos o motivo por trás do estabelecimento da data de 25 de dezembro. Sabe-se que Constantino, imperador romano em 336 d.C., cristianizou o império, tornando o cristianismo a religião oficial de Roma.
Havia em dezembro a festa pagã para celebrar o solstício de inverno, em honra ao deus sol, e também as saturnálias, em honra a saturno, deus da agricultura.
Assim, para celebrar o advento da Luz do mundo, Jesus Cristo, o imperador substituiu o foco das honras e o povo aceitou.
Muitas tradições natalinas de nossos dias vêm dessa época, como as luzes, as árvores de natal, fogueiras, guirlandas e coroas. O Papai Noel, inspirado em São Nicolau, Bispo da Ásia Menor no século IV d.C., tomou a forma de hoje após a publicação de contos de natal escritos por Clement Moore, na segunda metade do século XIX, nos Estados Unidos.
Os presépios, conta-se que eram formas de contar a história de Jesus para crianças usando a arte em madeira e o teatro de bonecos nos séculos XII e XIII, especialmente na Europa, China e Ásia.
Enfim, motivos de sobra existem para celebrarmos o Natal com a mais profunda alegria e generosidade no coração. Mas, façamos desta festa, como os pastores, anjos e magos que foram visitar o menino de Belém, uma oportunidade para adorarmos Jesus Cristo, Deus e homem que veio transformar o mundo em que vivemos.
*José Carneiro Leão Filho é médico-pediatra, professor de Medicina na UPE. Estudante do Seminário Teológico Episcopal Carismático, SETEC-Recife.
*Artigo originalmente publicado no Jornal do Sertão PE.