Com o objetivo de oferecer um diálogo sobre o powershoring — estratégia que visa realocar complexos industriais para países que oferecem energias alternativas, limpas, seguras e abundantes —, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) promoveu nesta terça-feira (15) o evento Powershoring e a NeoIndustrialização verde do Brasil.
Durante o encontro foram realizados painéis para discutir ações de crescimento econômico sustentável, de potencialização do powershoring e da neoindustrialização verde no país.
O evento contou com a presença do vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Alckmin elencou uma série de ações que o Brasil tem feito para contribuir diretamente na renovação da matriz energética e descarbonização.
Exemplos disso são o uso de biodiesel, com óleos vegetais em percentuais crescentes na composição de combustível, incentivo para a renovação de frotas de ônibus e caminhões, e proteção da floresta amazônica com novo modelo de biodiversidade para geração de negócios, empregos, alimentos e remédios.
“A pergunta de agora é: Onde é que eu fabrico bem, barato e consigo compensar as emissões? Aí o Brasil tem muitas oportunidades, pois somos a grande alternativa e já ocupamos o quinto lugar entre os países do mundo em atração de investimentos. Isso pode crescer enormemente. A neoindustrialização é exatamente inovação e verde”, ressaltou Alckmin.
Nordeste
O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, presente ao evento, ressaltou a importância da região Nordeste como propulsora e celeiro das energias renováveis.
“O Nordeste ocupa papel de liderança no Brasil em geração eólica e solar e pretende usar esse potencial para atrair empresas que fazem uso intensivo de energia limpa”, destacou Câmara.
Crédito
Paulo Câmara enfatizou a importância do crédito como estímulo na transformação da matriz energética e na definição de um novo mapa para a indústria limpa mundial, com impacto positivo direto na mudança climática.
“Hoje, o Nordeste é superavitário na geração de energias renováveis. Portanto, é uma região preparada para liderar a transição energética no Brasil e no mundo. Entendemos que o desenvolvimento regional passa por uma transformação contínua e reconhecemos a importância do conhecimento e da inovação como elementos fundamentais para impulsionar o avanço da economia de baixo carbono, em harmonia com os valores da sustentabilidade ambiental”, ressaltou o presidente do BNB.
Nos últimos cinco anos, o Banco do Nordeste viabilizou investimentos da ordem de R$ 32,2 bilhões em energia renovável, sendo R$ 19,3 bilhões em plantas eólicas e R$ 12,9 bilhões em fonte fotovoltaica.
Nova indústria
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou que o potencial do Brasil na produção de energia limpa é fundamental para o processo de revitalização da indústria brasileira.

Para ele, o país pode se beneficiar com as atividades de poweshoring, estratégia que visa realocar complexos industriais para países que oferecem energias alternativas, limpas, seguras e abundantes.
“As fontes renováveis têm uma participação de 47,4% na nossa matriz energética. Um percentual superior à média de 14,1% do mundo. Para que essas vantagens comparativas se transformem em fatores importantes para a energia, necessitamos de medidas que ampliem a eficiência energética da indústria”, disse.
Braga lembrou também serem indispensáveis ações de fomento à cadeia do hidrogênio de baixo carbono e de outras fontes renováveis. “São igualmente importantes os estímulos aos investimentos em bioeconomia e a instituição do mercado regulado de carbono”, diz.
Fontes: Brasil 61 e Secom BNB