Metalurgia e cimento são setores que mais emitem gases do efeito estufa na indústria, dizem especialistas

Segundo Ministério de Minas e Energia, alto custo dificulta a troca dos derivados de carbono pelo hidrogênio verde nas fábricas brasileiras

 

                                            
Audiência Pública - Descarbonização da Indústria Nacional. Diretora do Departamento de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia - MME - Ministério de Minas e Energia - MME, Mariana de Assis Espécie
Mariana de Assis: metalurgia e cimento são segmentos que mais emitem GEEs/Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Relatório publicado neste ano pelo Observatório do Clima em conjunto com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e outras entidades parceiras, o Brasil teve, em 2021, o segundo maior aumento de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) em um período de quase duas décadas.

De acordo com a agência de financiamento industrial do BNDES, o Brasil é hoje o quinto maior emissor mundial de GEEs.

Entretanto, enquanto os demais países possuem cerca de 70% das emissões relacionadas ao setor de energia, as emissões brasileiras são causadas, principalmente, pela agropecuária e o desmatamento.

Debate

Representantes de instituições defenderam a descarbonização da indústria nacional para a consequente redução da emissão de gases do efeito estufa (GEEs).

O tema foi discutido na terça-feira (29), na Câmara dos Deputados, em audiência pública realizada pela Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde.

A chamada transição energética – substituição da geração e consumo de energia a partir de combustíveis fósseis (aqueles com alto teor de carbono) por fontes renováveis – é considerada fundamental pelos especialistas para um futuro mais sustentável.

Alto custo

Na indústria, os segmentos de metalurgia e cimento foram responsáveis por 52% das emissões brasileiras de GEEs no ano passado, informou a diretora do Departamento de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia, Mariana de Assis.

Ela explicou que o alto custo dificulta a troca dos derivados de carbono pelo hidrogênio verde no País.

“A gente precisa ter a redução de custos dessas tecnologias para que elas se mostrem viáveis economicamente.”

Mariana acrescentou que, atualmente, as principais plantas-piloto de hidrogênio verde no Brasil estão nas refinarias de petróleo, que utilizam o hidrogênio para produzir combustíveis com menores teores de enxofre.

A diretora ressaltou que ainda é necessário “muito investimento em ciência, tecnologia e inovação para conseguir induzir essas transformações no País”.

Importação

Por sua vez, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos, disse que esse segmento emite até 35% menos gases de efeito estufa do que os países europeus, e até 51% menos do que o resto do mundo, tornando-se uma indústria muito bem posicionada nesse quesito.

Ele apontou que o problema no Brasil é causado principalmente pelos produtos químicos enviados pelos Estados Unidos e por nações europeias e asiáticas.

A gente teve uma elevação de cerca de 10% no volume de produtos importados em média, só no primeiro semestre deste ano”, citou.

Aprimoração energética

O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), autor do requerimento da audiência em parceria com o deputado Bacelar (PV-BA), afirmou que o Brasil, diferentemente de outros países, já possui uma grande matriz energética renovável.

Na visão dele,  o País necessita passar por uma “aprimoração energética”.

“Já temos uma matriz renovável. Precisamos fazer com isso seja reconhecido no ponto de vista da monetização, a fim de nos dar voz nos diálogos internacionais”, comentou Arnaldo Jardim, que preside a comissão especial.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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Redacao EJ

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