Em nota divulgada neste sábado (9) o Comando do 3° Distrito Naval da Marinha do Brasil sediado em Natal (RN) em conjunto com outros órgãos divulgou que a maior parte dos resíduos de óleo achados em praias do Nordeste desde o final de agosto de 2022 é de um “novo incidente” e não têm relação com as manchas que sujaram a costa da região em 2019.
Ainda de acordo com o comunicado, a suspeita levantada pelos investigadores é de que o material tenha sido lançado no mar após lavagens de tanques de um navio petroleiro. As análises clínicas apontaram que os resíduos são de petróleo produzido no Golfo do México.
“A partir das análises de amostras de resíduos de óleo até agora efetuadas, há indicação de que houve um novo evento, cuja hipótese mais provável aponta para um incidente envolvendo petróleo cru, proveniente do descarte de água oleosa lançada ao mar, após a lavagem de tanques de navio petroleiro, em alto mar”, diz a nota.
“Os biomarcadores, ou indicadores de origem, sugerem tratar-se de petróleo produzido no Golfo do México. Tal origem foi estabelecida a partir da análise das amostras coletadas, especificamente, nas praias de Pernambuco (Boa Viagem, Paiva e Quartel) e Bahia (Ondina)”, continua a nota da Marinha.
Análises clínicas
Segundo a Marinha, a nota técnica foi elaborada após a análises de amostras das pelotas coletadas em praias de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia.
As análises foram conduzidas pelo Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); pelo Centro de Excelência em Geoquímica, Petróleo, Energia e Meio Ambiente (Lepetro/IGEO), da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e pelo Laboratório de Geoquímica Ambiental Forense (LGAF) do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), da Marinha do Brasil, que é a unidade oficial da autoridade marítima brasileira, para realização de investigações de origem de incidentes deste tipo.
O caso de 2019
Em 2019, manchas de óleo atingiram 130 municípios em nove estados do Nordeste e Sudeste. Em 2020, um inquérito preliminar apontou vazamento de petróleo uma distância de 700 quilômetros da costa brasileira.
Em dezembro de 2021, a Polícia Federal concluiu as investigações sobre a origem das manchas de óleo que atingiram o litoral brasileiro entre agosto de 2019 e março de 2020. De acordo com o órgão, um navio petroleiro grego foi o responsável pelo derramamento da substância no mar.